11 dezembro 2008

Pai Natal em entrevista: “Tenho forte concorrência nas Taipas”

Para os dois taipenses que não foram a correr comprar o Reflexo para ler a entrevista do mês de Dezembro, aqui fica o texto.

Fez-nos uma visita antecipada e não quisemos deixar de o entrevistar. É gorducho, tem barbas brancas, dá muitas prendas, mas diz que pode ter o lugar em risco. Veio por isso às Taipas conhecer a concorrência e aproveitou para dizer que este ano vai trocar o bacalhau pelo polvo.

O que o fez vir a Portugal – e mais concretamente às Taipas – mais cedo do que o habitual?
Faço sempre umas feriazinhas antes da distribuição das prendas. Normalmente vou até ao Brasil, mas este ano não tive oportunidade e decidi vir a Portugal.

Fez bem! Por também falarmos português?
Não é bem... é uma questão de coerência.

Coerência... não percebo.
Porque no Brasil nesta altura é Verão e anda tudo de tanga. E aqui em Portugal é igual. Menos a parte do Verão, claro.

Mas porquê as Taipas?
É que aqui, não só andam de tanga como toda a gente dá muita tanga.

O Pai Natal desculpe, mas custa-me a acreditar que seja só isso...
Bom... tem razão... não é só isso. Cá para nós, que ninguém nos ouve, estou com receio de perder o meu emprego...

Isso soa a campanha da Worten.
É campanha é. Mas não a da Worten...

Pode explicar melhor?
Chegou-me aos ouvidos que aqui nas Taipas há muitos candidatos a Pai Natal... fiquei preocupado e vim ver.

E então?
Descobri que é verdade. Um tal Costa diz que foi ele quem ofereceu o arranjo urbanístico da Igreja e que vai oferecer muitos mais presentes; um tal de Veiga diz que esse arranjo também é prenda dele e que oferece investidor para as termas e as festas mais vistosas de sempre; um tal de Magalhães diz que vai fazer um orçamento cheio de prendas para o próximo ano.
Com tanta gente a dar, tenho a minha carreira em risco...

E o que pensa fazer?
Para já fui oferecer-me ao pároco de Sande-S.Martinho para a edição do Big Brother Religiosos, que ele está a organizar lá na Igreja da paróquia.

Mas o Pai Natal não é bem religioso... é assim mais para o pagão...
E isso o que interessa? Então o actual presidente da Junta não era dum partido pagão e depois não passou para um partido religioso?

Mas isso foi para ter possibilidades de ganhar as eleições.
E eu é para não perder o emprego! Que vem a dar tudo no mesmo.

Tudo no mesmo não, que as pessoas não vão para a politica para ter um emprego e ganhar dinheiro.
Ora ora... essa não é de Pai Natal. É de anjinho! Anda alguém na política para servir?

Eu por acaso acredito que sim...
Pois, pois... e também acredita no Pai Natal, não?

É bem visto. E o Pai Natal onde vai ficar hospedado estes dias?
No lar de idosos que o senhor arquitecto construiu.

Mas ele não construiu nenhum lar de idosos.
Não? Mas ele não tinha prometido essa prenda?

Pois... mas parece que o saco das prendas se rompeu. Deixou cair tudo, coitado.
Então vou acampar no Parque de campismo. Tem 3 estrelas, não é?

É. Mas também tem que ter a estrelinha da sorte para o encontrar a funcionar.
Estou aqui estou a ficar debaixo da ponte.

Tenha cuidado. Há aí um movimento independentista que a pode deitar abaixo.
Cuidado! Se isso for um risco, abram um inquérito!

Ah! Isso fazemos bem. Abrir inquéritos é connosco! Só que são como o bacalhau nesta altura. Ficam de molho.
Sabe que este ano não vou comer bacalhau. Vou comer polvo.

É uma boa opção. Mas veja lá se não se engasga com uma espinha do Polvo.
Isso é verdade. 2009 pode ser de facto um ano de muitas espinhas atravessadas.

A ver vamos. Obrigado pela entrevista e um Bom Natal!
E para vocês, felizes anos.

Felizes, no plural? Não vem cá dar umas prendas para o ano?
Não. Depois de assegurado o meu emprego já não preciso dar prendas nem desejar nada a niguém... chama-se a isto marketing natalício... Nunca ouviu dizer que “Natal é sempre que a agenda política quiser”?

Oh! Oh! Oh! para si, Pai Natal!
Oh! Oh! Oh! para si também!

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