21 outubro 2008

A verdadeira entrevista a Ricardo Costa

Entrevista publicada na edição de Outubro do Jornal Reflexo (para memória futura).


É provável que o leitor encontre outra entrevista a Ricardo Costa nas páginas deste jornal. Mas como o leitor é atento, rapidamente perceberá que esta não só é a verdadeira entrevista, como também é a que toca nos assuntos com mais interesse para si, em geral, e para o Polvo, em particular.

Diga-nos Ricardo, como é que tomou a decisão de dar à "costa" política taipense? (Gostou do trocadilho?)
Gostei muito do trocadilho. Eu verdadeiramente não decidi dar à costa. A costa é que decidiu que eu deveria ir lá dar. Não sei se me faço entender?

Por acaso não. Mas estes diálogos pouco claros são normais nestas entrevistas. Quer com isso dizer que prepararam a sua candidatura nas suas costas?
(Outro bom trocadilho. Parabéns!). Mais ou menos. Digamos que o meu nome foi proposto e aceite por quem de direito.

Está a falar do advogado?

Não, não. De direito, mas não desse direito, porque os advogados agora já riscam pouco. Refiro-me ao "Padrinho" Magalhães.

Ah... muito bem. E acha que um músico, como o Ricardo, pode ser um grande político?
Nas Taipas pode, claro. Se um político pode ser um grande músico (e agora saberá bem ao que me refiro), também um músico pode ser um grande político.

Essa piada já nós a fizemos no nosso blogue...
Eu sei, eu sei. Mas fique a saber que eu vou basear grande parte do meu programa eleitoral no seu blogue.

Ai sim? Muito obrigado. Mas porquê? Pelas boas ideias que lá encontrou?

Não. Por ser tudo ficção.

Está a querer dizer que o seu programa será ficcionado?
Todo, todo não. Mas uma grande parte sim. Primeiro, porque na realidade, uma junta de freguesia como a das Taipas pouco pode fazer. E depois porque, se ganharmos, achamos que não se deve cortar totalmente com aquilo que o executivo anterior fez.

Refere-se à ficção?
Sobretudo a isso, até porque pouco mais sobra. Aliás este gosto pela ficcção reforça aquilo que lhe dizia atrás: a vida artística anda muito ligada à vida política aqui nas Taipas. E esse é um ponto forte da minha candidatura.

Ter muitos artistas?
Sim. Temos alguns. Gostavamos de ter menos, mas sabe que nestas coisas nem todos os convites que fazemos são aceites. Eu diria mesmo que muitos convites não foram aceites...

Falou há pouco em não romper com o passado. Mas a sua lista corta algumas relações umbilicais com figuras que sempre estiveram ligadas ao PS taipense...
É verdade. Mas apesar de eu ser Costa, nunca andei às costas de ninguém. Aliás, nunca me pus às costas dos outros para subir na vida.

Está a pensar em alguém em particular?

Não, não. Até porque o meu relacionamento com o engenheiro é bom.

O Ricardo está também ligado à banca. Que mais-valia é que isso lhe trará, como presidente da Junta?
Para começar a Junta das Taipas está como o sistema financeiro internacional: na bancarrota. Além disso, conto estar mais à vontade na contabilização de facturas.

Como assim?
Por exemplo, comigo nunca estaríamos um ano e tal para depositar o dinheiro das cervejas. Eu levava logo o dinheiro para o banco e pronto. Até porque os depósitos ajudam a atingir objectivos.

O Ricardo sabe que um bom entrevistador tem que fazer perguntas incómodas. Por isso diga-me: o Ricardo tem irmãos com carrinhas em segunda mão para serem vendidas?
Por acaso não. Mas estou a ver onde quer chegar... a nossa actuação vai pautar-se por uma total transparência e respeito pelo erário público. Comigo será tudo pago com cheques do banco, nada de dinheiro vivo.

Parece-me que aqui há dois/três anos atrás também ouvi isso, da boca de um actual governante.
Claro. Todos ouvimos. Mas depois o povo esquece-se.

E o Ricardo depila-se no peito?
Desculpe, mas agora não estou a ver o alcance da pergunta...

Não tem alcance nenhum. É só para os leitores não adormecerem e voltarem a dar atenção à entrevista. Além disso, poderão pensar que há alguma marosca política relacionada com salões de estética ou algo do género. E isso faz com que esta entrevista ganhe interesse e alguma visibilidade.
Estou a ver...

Ainda no âmbito pessoal: o Ricardo acha que o facto dos seus progenitores viverem onde vivem fará alguma diferença?
Como assim...?

Ora bem... é perto da casa do actual presidente da junta…
Ora, por favor. Aliás quero dizer-lhe que tenho o melhor relacionamento com o arquitecto.

Tem?
Claro! Temos coisas em comum. Ele é colega e grande amigo do arquitecto Nuno. E eu também. Somos ambos bons na música.

Ricardo: quer deixar uma última mensagem aos eleitores das Taipas?
Não acreditem em tudo o que lêem.

1 comentário:

Anónimo disse...

O Ricardo Costa dá hoje uma entrevista no jonal Record.